Tecnologia

Área jurídica deve incorporar mais tecnologia e psicologia, diz professor de Harvard

Os aspectos internacionais da advocacia e as novas tendências da profissão foram tema de painel coordenado pelo vice-presidente da Comissão Nacional de Relações Internacionais da OAB, Bruno Barata, nesta quarta-feira (29/11), último dia da 24ª Conferência Nacional da Advocacia, evento que o Conselho Federal da Ordem e a seccional mineira da entidade promoveram em Belo Horizonte.

debates começaram com palestra do vice-reitor da Faculdade de Direito de Harvard, David Wilkins, que discorreu sobre a transformação digital dentro do meio jurídico. Segundo Wilkins, é preciso ampliar o conceito de negócios nessa área. “A globalização está modificando as estruturas do Direito, e nós precisamos modificar a forma como raciocinamos. É de fundamental importância pensarmos em uma área jurídica mais ampla, que envolva mais tecnologia e psicologia.”

O professor falou também sobre o uso de ChatGPT pelos profissionais do Direito e pediu mais mulheres não brancas em posições de liderança no mundo jurídico.

Já a palestrante Mariana Lisboa discorreu sobre o papel do advogado no acompanhamento dos critérios e padrões do ESG nos escritórios. “A conformidade com esses critérios é um indicativo de solidez, representando uma reputação aprimorada e uma maior capacidade de resistência em face das incertezas e vulnerabilidade.”

CEO da Bee Touch e integrante do comitê consultivo do movimento “Mente em Foco do Pacto Global da Onu”, a executiva Ana Carolina Peuker falou sobre a gestão dos fatores psicossociais do trabalho e a base do compliance em saúde mental eficiente. Segundo ela, os problemas globais relacionados à saúde mental indicam que é preciso evitar e prevenir uma cultura tóxica que provoca o adoecimento no trabalho. A executiva também apontou a falta de método para as avaliações psicológicas. “A advocacia está exausta, e a exaustão não pode mais ser símbolo de status.”

Vice-presidente jurídico global da LExisNexis, Ian McDougall discursou sobre como a inteligência artificial afeta o meio jurídico. “É importante perceber que atualmente as mudanças chegam para o Direito por meio da inteligência artificial. O Direito é uma profissão muito conservadora, muito repetitiva, morosa, é uma profissão que busca muitas certezas em um mundo cada vez mais incerto, complementando que no futuro haverá apenas dois tipos de advogados, os que abraçam a inteligência artificial e os que fracassam.”

Floriano Teixeira Filho, presidente da Comissão Especial de Direito Migratório, finalizou os debates abrdando o Direito Migratório e suas particularidades. “Observamos pessoas qualificadas que acabam trabalhando em subempregos no Brasil, em vez de trabalhar exercendo suas profissões para as quais batalharam para se formar, estudaram por alguns anos e algumas até se especializaram. Elas acabam aceitando essa situação degradante de trabalhar por um salário bem menor para não passarem fome e conseguirem se sustentar e também os seus familiares.”

Promovida pelo Conselho Federal da OAB e pela seccional mineira da Ordem, a conferência teve como tema “Constituição, Democracia e Liberdades”. Foram 50 painéis com temas variados, especialmente sobre questões atuais do país. Ao longo do evento, a OAB recebeu cerca de 400 palestrantes e 20 mil profissionais. Com informações da assessoria de imprensa da OAB.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo