Como destaca Ediney Jara de Oliveira, a reconfiguração das cadeias globais de produção deixou de ser um debate abstrato e passou a afetar o custo, o prazo e a previsibilidade de praticamente qualquer negócio que dependa de insumos internacionais.
Compreender esses movimentos é fundamental para empresas que querem proteger margens, reduzir riscos e manter competitividade no comércio internacional. Continue a leitura e entenda porque a nearshoring e friendshoring surgem como respostas a um mundo mais volátil, marcado por choques geopolíticos, disputas comerciais e novas exigências de segurança.
Nearshoring e friendshoring: O que está mudando nas cadeias globais?
Nearshoring é a estratégia de deslocar etapas da produção para países geograficamente mais próximos do mercado consumidor, diminuindo distâncias, prazos e exposição a gargalos logísticos. Friendshoring, por sua vez, prioriza parceiros considerados politicamente alinhados ou estáveis, ainda que não sejam os mais baratos, buscando segurança em longo prazo. Para Edinei Jara de Oliveira, ambos os movimentos representam uma tentativa de equilibrar custo, confiabilidade e resiliência das cadeias de suprimento.

Impactos sobre custos, prazos e modelo de negócio
A migração de parte da produção para locais mais próximos ou politicamente alinhados tende a encarecer alguns processos em comparação com o modelo anterior, baseado apenas em mão de obra barata e grandes distâncias. Contudo, reduzir o risco de interrupções graves, atrasos crônicos e volatilidade cambial passa a ter peso maior no cálculo. Segundo Ediney Jara de Oliveira, o que está em jogo não é apenas o custo unitário, mas o custo total de servir um mercado com confiabilidade.
Desafios regulatórios, tecnológicos e de qualificação
Atração de plantas industriais e centros de serviços envolve desafios que vão além de oferecer incentivos fiscais. Países interessados em se posicionar como destinos de nearshoring e friendshoring precisam simplificar regulações, reduzir burocracia e fortalecer a segurança jurídica. Conforme analisa Edinei Jara de Oliveira, normas trabalhistas previsíveis, sistemas tributários menos complexos e rapidez em licenças fazem diferença decisiva na escolha de novos locais de produção.
Oportunidades e riscos para empresas brasileiras
Para negócios brasileiros, a reconfiguração das cadeias globais abre espaço em setores como alimentos processados, bens intermediários, tecnologia da informação e serviços especializados. Ao mesmo tempo, amplia a concorrência por investimentos com outros países emergentes e com economias que se movem rapidamente para aproveitar o nearshoring em relação a grandes mercados. De acordo com Ediney Jara de Oliveira, empresas que acompanham esse movimento com atenção conseguem adaptar portfólio, certificações e modelo comercial para dialogar com novas demandas internacionais.
Mapear quais etapas da cadeia podem ser executadas localmente, identificar parceiros regionais e avaliar acordos comerciais já existentes são atitudes que ajudam a transformar tendência em oportunidade concreta. Em paralelo, revisões internas de processos, investimentos em compliance e uso mais inteligente de dados logísticos fortalecem a posição do negócio perante clientes globais que buscam fornecedores confiáveis.
Reconfiguração como convite à estratégia de longo prazo
A reconfiguração das cadeias globais de produção, impulsionada por nearshoring e friendshoring, não é um movimento passageiro. Trata-se de uma resposta estrutural a um ambiente de maior incerteza e competição estratégica entre países. Para Edinei Jara de Oliveira, empresas que ainda pensam apenas em preço imediato correm o risco de ficar de fora de cadeias mais resilientes e rentáveis em longo prazo.
Ao encarar esse cenário como oportunidade de repensar processos, investir em qualificação e buscar parcerias mais sólidas, o negócio se coloca em melhor posição para atrair contratos, diversificar mercados e reduzir exposição a choques externos. Em um mundo em que geopolítica, tecnologia e comércio internacional estão cada vez mais conectados, enxergar a reconfiguração das cadeias globais com visão estratégica deixa de ser opção e se torna condição para sobreviver e crescer.
Autor : Astranis du Fae